- 14/11/2023 06:22
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- Por Beatriz Silveira
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Na noite desta segunda-feira (13), a Base Aérea de Brasília foi palco de um emocionante reencontro entre os 32 repatriados da Faixa de Gaza e seus familiares. O desembarque da aeronave VC-2 da Força Aérea Brasileira (FAB) foi marcado por abraços calorosos e lágrimas de alívio.
O momento mais tocante ocorreu quando duas crianças desceram da aeronave, sendo prontamente recebidas por um homem que correu para abraçá-las na pista. Este homem era Mohammed Jabr Ismil, que aguardava ansiosamente há mais de 30 dias para abraçar seus filhos. Sua esposa e os três filhos do casal, com idades de 13, 11 e 9 anos, estavam entre os repatriados.
Emocionado, Mohammed expressou alívio e felicidade ao afirmar: “O importante é que estão vivos e agora vou fazer tudo por eles.” O palestino com cidadania brasileira relatou que a família viajou a Gaza em maio para visitar parentes, com a previsão de retorno em setembro. Enquanto ele permaneceu em Brasília, a guerra entre Israel e o Hamas começou, deixando a família em meio a uma realidade de medo, falta de recursos básicos e dificuldades de comunicação.
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Durante os mais de 30 dias de conflito, a rotina da família foi marcada pela angústia, falta de água e energia, escassez de alimentos e a necessidade de mudar de casa três vezes devido aos bombardeios na região. Mohammed compartilhou que sua esposa e filhos só conseguiam enviar mensagens a cada dois, três ou quatro dias, devido às condições precárias e à falta de energia para recarregar os celulares.
Ao ser questionada sobre os momentos mais difíceis, Lin, a filha de 9 anos de Mohammed, revelou: “Ver pessoas mortas”. A pequena expressou seu alívio em deixar Gaza, afirmando: “Sinto que estou em uma cidade maravilhosa. Só quero ficar no Brasil.”
A esposa de Mohammed enfatizou a impossibilidade de continuar vivendo em Gaza, descrevendo a região como cada vez mais perigosa. Mohammed lamentou que quatro de seus irmãos ainda estejam na Faixa de Gaza, sem opção de deixar o local devido ao seu fechamento. O drama vivido pela família destaca a urgência e complexidade da situação na região, onde a violência e a insegurança impactam diretamente a vida das pessoas.
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