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Sabado, 08 de Fevereiro de 2025

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[Carnaval Rio 2024] Segundo e último dia de desfiles é marcado por grande disputa pelo título

Com enredos fortes, Portela, Mangueira e Viradouro se destacaram

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14-02-2024

Seis Escolas encerraram os desfiles do Grupo Especial do Carnaval 2024 na Marquês de Sapucaí nesta segunda-feira (12). Mocidade Independente de Padre Miguel, Portela, Unidos de Vila Isabel, Estação Primeira de Mangueira, Paraíso do Tuiuti e Unidos do Viradouro levantaram o público durante toda a noite.

MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL

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Com a missão de iniciar a noite de desfiles da Sapucaí, a Mocidade Independente de Padre Miguel levou para a avenida o divertido enredo “Pede caju que dou… Pé de caju que dá!” e empolgou as arquibancadas. Um dos destaques foi a comissão de frente, com integrantes surgindo de surpresa no meio do público e arrancando aplausos. Dona do samba-enredo que virou hit pela cidade furando a bolha do Carnaval, a Escola da zona-oeste carioca, apesar de ouvir o público ao seu lado, encontrou problemas. Já no carro abre-alas, integrantes da agremiação não conseguiram desacoplar a alegoria e precisaram serrar peças para que fosse solucionado e os componentes pudessem continuar o desfile.

A Comissão de Frente foi um dos destaques da Escola de Padre Miguel. (Foto: Marco Terranova/Riotur)

PORTELA

O enredo da Portela girou em torno da força da mulher negra, “Um Defeito de Cor” destacou a importância da ancestralidade feminina e do afeto. A ideia surgiu do romance de Ana Maria Gonçalves, que deu nome ao enredo. A autora foi homenageada durante o desfile. O carro abre-alas da Portela enfrentou contratempos na concentração, entrando na avenida com danos, além disso, o segundo carro desfilou com luzes apagadas. Dezesseis mães de vítimas de violência no Rio foram homenageadas pela Escola, incluindo Marinete Silva, mãe da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018 em crime que comoveu o país. Elas desfilaram em um carro enfeitado com borboletas, com cada uma carregando um objeto simbólico em memória de seus filhos.

Maior campeã do Carnaval carioca, a Portela chega como uma das favoritas ao título. (Foto: Marco Terranova/Riotur)

UNIDOS DE VILA ISABEL

A terceira Escola a desfilar trouxe como enredo uma reedição de 1993 da própria agremiação, “Gbalá — Viagem ao Templo da Criação” é inspirado na obra que relata as narrativas yorubá desde a concepção da Terra. A Vila Isabel destacou a jornada da humanidade, desde suas más ações até a redenção, simbolizada pelas crianças, reconhecidas como símbolos de esperança. A Escola enfatizou a importância da preservação ambiental para as futuras gerações. A comissão de frente se concentrou nas crianças, com um elenco formado por oito membros, representando a narrativa da criação do mundo por Oxalá. Um dos destaques foi um carro alegórico extremamente detalhado, reproduzindo a anatomia humana e simbolizando a criação do homem.

Vila Isabel trouxe reedição de enredo de 1993 para a avenida. (Foto: Marco Terranova/Riotur)

ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA

“A negra voz do amanhã” foi uma grande homenagem à cantora Alcione, que celebra 50 anos de carreira em 2024. Alcione se tornou um ícone feminino no Brasil, destacando-se por sua defesa da diversidade religiosa e do respeito. O enredo ressaltou o papel da cantora na inspiração de novos talentos e explorou suas raízes culturais maranhenses e sua luta para realizar seu sonho de se tornar uma cantora no Rio de Janeiro. Um dos pontos altos do desfile foi a presença da homenageada sendo exaltada e recebendo o carinho do público, além da comissão de frente, que apresentou um efeito onde os dançarinos pareciam desafiar a gravidade, com os sapatos presos a uma base giratória que permitia se inclinar sem cair. No entanto, houve contratempos durante o desfile. Um dos problemas ocorreu com a escultura que representava Alcione, um aderecista precisou segurar a cabeça da estrutura durante toda a avenida. Além disso, uma mulher caiu do último carro alegórico e outra ficou pendurada, sendo resgatada por um socorrista. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, ambas foram levadas ao hospital em estado estável, conscientes e orientadas.

A Estação Primeira de Mangueira homenageou Alcione com o enredo “A Negra Voz do Amanhã”. (Foto: Marco Terranova/Riotur)

PARAÍSO DO TUIUTI

Penúltima a desfilar, a Escola apresentou como tema “Glória ao Almirante Negro!”, inspirando na vida de João Cândido, que se destacou no movimento dos militares da Marinha que se revoltaram contra os castigos físicos praticados em navios, mesmo após o fim da escravidão. A agremiação retratou diferentes momentos da vida do personagem, desde sua infância até sua ascensão como marinheiro e sua posterior traição. Momento enfatizado no desfile, João Cândido Felisberto liderou a Revolta da Chibata, um reflexo da insatisfação dos marinheiros com as más condições de trabalho, os abusos e os baixos salários. Embora a revolta tenha sido bem-sucedida, o presidente não honrou os compromissos feitos, respondendo com detenções e exílios. A Tuiuti destacou, por meio dessa história, a luta contra injustiças. O último carro alegórico da Escola exibia bandeiras com registros recentes de ocorrências de racismo contra homens negros, incluindo o caso de João Alberto Silveira, assassinado em um hipermercado de Porto Alegre em 2020. Um dos momentos de mais emoção do desfile foi a participação de Max Ângelo dos Santos, entregador que foi vítima de insultos racistas e agressão por parte de uma mulher no Rio de Janeiro, em 2023. O jovem foi convidado pelo carnavalesco Jack Vasconcelos para representar o protagonista do enredo.

A Paraíso do Tuiuti traz João Cândido, marinheiro líder da Revolta da Chibata. (Foto: Marco Terranova/Riotur)

VIRADOURO

A Unidos do Viradouro, atual vice-campeã do Carnaval do Rio, encerrou os desfiles do Grupo Especial deste ano. O enredo da escola mergulhou nas crenças voduns dos povos africanos que habitavam a Costa da Mina, região atualmente ocupada por Gana, Togo, Benim e Nigéria. “Arroboboi, Dangbé!” homenageou a serpente sagrada que simboliza o equilíbrio ao engolir sua própria cauda. Um dos momentos de destaque foi a comissão de frente, que apresentou uma enorme serpente deslizando pela avenida entre os bailarinos. Além disso, a beleza do abre-alas, e o terceiro carro alegórico da Escola, representando proteção mística e lealdade e construído com ferros produzidos de maneira livre por ferreiros, foram pontos altos.

Se destacando pela beleza de suas alegorias, a Viradouro briga pelo título do Grupo Especial. (Foto: Marco Terranova/Riotur)

Com os desfiles da Marquês de Sapucaí finalizados, a atenção agora se volta para a apuração para descobrir a Escola campeã do Grupo Especial do Carnaval 2024 do Rio de Janeiro. A leitura das notas dos jurados serão apresentadas nesta quarta-feira (14), à partir das 16h.

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