28-07-2024
Maioria das pesquisas projeta vitória da oposição, e reação do chavismo deve ser modulada pelo tamanho da diferença de votos. Atuação de Brasil e Colômbia e incorporação da elite do regime pesam numa eventual transição.
Este domingo (28/07) será um dia decisivo para a Venezuela. É eleição para presidente, e a maioria das pesquisas projeta derrota de Nicolás Maduro, no poder há 11 anos.
Maduro assumiu o país após a morte de Hugo Chávez, em 2013, e o levou à pior crise de sua história. O PIB encolheu cerca de 75% de 2014 a 2021, e mais de sete milhões de venezuelanos emigraram - um número só superado por crises como a guerra civil da Síria.
A democracia também retrocedeu, segundo análise de organizações internacionais. Na última eleição, em 2018, os principais opositores foram barrados e o resultado não foi reconhecido por mais de 50 países. Enquanto isso, o regime consolidou seu controle sobre o Judiciário e o Legislativo.
De 2022 para cá, a economia da Venezuela começou a sair do fundo do poço e o PIB voltou a crescer. O isolamento internacional também diminuiu – após a vitória de líderes de esquerda no Brasil, Colômbia e Equador e do interesse da comunidade internacional em voltar a comprar petróleo venezuelano devido à guerra na Ucrânia.
Mas o país ainda segue muito mais miserável do que era antes da crise, o que coloca em xeque a sustentação doméstica do regime.
Há muita incerteza sobre o que ocorrerá se Maduro de fato perder. Na semana passada, ele disse que poderia haver um "banho de sangue" e uma "guerra civil fratricida".
A comunidade internacional, em especial países vizinhos como o Brasil e a Colômbia, pressionam para que, no caso de derrota, haja uma transição negociada.
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