12-12-2023
- 12/12/2023 07:00
- Atualizado em 12/12/2023 06:44
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Em meio a crescentes tensões na fronteira norte, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, expressou preocupação com os recentes movimentos hostis da Venezuela em relação ao território de Essequibo, na fronteira com o Brasil. Em um almoço com jornalistas no Comando da Marinha, Monteiro classificou as ações venezuelanas como uma “provocação internacional” e expressou sua esperança de que o presidente Nicolás Maduro evite um confronto de grandes proporções.
O ministro enfatizou que “em hipótese nenhuma” as forças militares venezuelanas teriam permissão para passar pelo território brasileiro em direção à Guiana. Ele destacou que a movimentação de Maduro era uma “manobra política” e descartou a possibilidade de um conflito armado na fronteira norte.
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Segundo Múcio, a Venezuela teria que atravessar o norte de Roraima, único acesso rodoviário da região, para invadir a Guiana por terra. Com a falta de estradas diretas entre Venezuela e Guiana, as tropas de Maduro teriam apenas a via marítima para alcançar Essequibo, sem garantias de acesso ao território pretendido.
A área em disputa, correspondente a cerca de 70% do território guianês, é rica em minérios e petróleo, explorados pela empresa norte-americana ExxonMobil. A situação, além de ser monitorada pelas Forças Armadas, preocupa pelo possível envolvimento de potências estrangeiras no conflito.
O comandante da Armada brasileira, almirante Marcos Olsen, manifestou sua inquietação com a participação de potências extrarregionais, mencionando os exercícios militares conjuntos anunciados pela Guiana com a Força Aérea dos Estados Unidos. Maduro também indicou intenções de buscar apoio na Rússia, o que levanta preocupações adicionais.
Enquanto a crise se desenrola, o presidente Maduro planeja uma reunião com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, em São Vicente e Granadinas. O Brasil será representado pelo chefe da assessoria especial da Presidência, Celso Amorim, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por fim, o comandante da Marinha, almirante Marcos Olsen, abordou as alegações de apoio golpista por parte do ex-comandante da Força, Almir Garnier Santos. Olsen negou qualquer envolvimento da Marinha em um possível complô, assegurando que não houve “planejamento ou adestramento específico” para apoiar uma intervenção inconstitucional durante o governo de Jair Bolsonaro.
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