02-07-2025
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu, nesta terça (1º), as críticas feitas pela prestigiada revista britânica The Economist de que ele estaria isolando o Brasil do restante do mundo, além da perda de popularidade internamente. Sucessivas pesquisas de opinião desde o final do ano passado apontam um aumento da desaprovação a ele acima da aprovação.
O artigo da revista foi duramente criticado internamente pelo governo, que passou toda a segunda-feira (30) elaborando uma resposta para rebater as afirmações, principalmente de que Lula não teria conseguido se adaptar ao mundo em constante transformação.
“Para humanistas de todo o mundo, incluindo políticos, líderes empresariais, acadêmicos e defensores dos direitos humanos, o respeito à autoridade moral do presidente Lula é indiscutível”, disse a nota assinada pelo ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, a que o G1 teve acesso (veja na íntegra mais abaixo).
Fontes no Itamaraty confirmaram à Gazeta do Povo o envio da carta à The Economist, mas pontuaram que há uma "ordem superior" para que não seja oficialmente divulgada pela pasta mesmo já tendo sido vazada a outros veículos de imprensa, sem um motivo específico. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República não respondeu aos pedidos da reportagem -- o espaço segue aberto para manifestação
O artigo de opinião da The Economist, publicado no domingo (29), sugere que Lula estaria trabalhando neste terceiro mandato para afastar o Brasil das democracias ocidentais e dos Estados Unidos ao se alinhar a países como a China, o Irã e a Rússia.
Também apontou que ele foi incapaz de unificar a América Latina, como pretendia no início deste terceiro mandato, de mediar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, de se posicionar em relação à crise no Haiti, entre outros temas.
O governo, no entanto, rebateu muitos dos argumentos citados pela revista e afirmou que o Brasil não tem inimigos no mundo e sempre busca a diplomacia para resolver conflitos, como a tentativa de uma mediação entre Ucrânia e Rússia -- em parceria com a China.
Também apontou que houve “flagrante transgressão” da Carta das Nações Unidas (ONU) pelos Estados Unidos ao bombardearem instalações nucleares iranianas, que “não é popular entre os negacionistas climáticos” e que “está entre os líderes que denunciam a irracionalidade de investir na destruição, em detrimento da luta contra a fome e do aquecimento global”.
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